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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Gliese 581, "o sistema"

Ilustração artística de Gliese 581 c (Crédito: Karen Wehrstein -http://www.artofkaren.blogspot.com/ - Direitos Reservados )

Na constelação de Libra, há pouco mais de 20 anos-luz da Terra, está localizado um sistema estelar conhecido como Gliese 581. Seu astro-rei é uma mera anã vermelha (*), que possui apenas um terço da massa de nosso Sol. Um lugar que tinha tudo para ser apenas um recanto modesto e comum do universo, com um punhado de planetas pouco interessantes. Porém...

Esta semana foi veiculada a notícia de que um de seus planetas - o Gliese 581 g - poderia ser uma espécie de "super-Terra" ( http://eternosaprendizes.com/2010/09/29/gliese-581g-cientistas-descobriram-uma-nova-e-inedita-super-terra-que-orbita-sua-estela-mae-na-zona-habitavel/ ). Bem, sou leigo no assunto, mas, como toda pessoa que se interessa pelo que pode haver de interessante por este universo afora, acho que posso dar uns pitacos...

Há alguns anos, com a descoberta do Gliese 581 c, lembro-me que houve vários comentários de que ele poderia abrigar vida semelhante à que existe na Terra ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Gliese_581_c ). Passaram-se os meses, no entanto, e o entusiasmo diminuiu. Algum tempo depois, veio a notícia da descoberta de um novo planeta no mesmo sistema - o Gliese 581 d. Pronto: estava aí o novo objeto das esperanças de muitos cientistas, que diziam que este mundo, sim, encontrava-se na zona habitável daquele sistema. Também foi chamado por alguns de "super-Terra", mas bastou a descoberta do Gliese 581 g para as atenções se voltarem para ele.

Será mesmo que há tantos planetas possivelmente habitáveis para seres como nós dentro de um mesmo sistema estelar?

Acho que este é um bom momento para nos lembrar da equação que Frank Drake elaborou no distante ano de 1961: "N = E x P x S x V x I x T x C"; onde "N" é o número de civilizações comunicantes em nossa galáxia; "E" é o número de estrelas que se formam por ano na nossa galáxia; "P" é a fração, dentre as estrelas formadas, que possui sistema planetário; "S" é o número de planetas com condições de desenvolver vida por sistema planetário; "V" é a fração desses planetas que de fato desenvolve vida; "I" é a fração, dentre os planetas que desenvolvem vida, que chega a ter vida inteligente; "T" é a fração, dentre os planetas que chegam a ter vida inteligente, que desenvolve tecnologia e, finalmente, "C" é a duração média, em anos, de uma civilização inteligente" ( fonte: http://www.observatorio.ufmg.br/pas05.htm ).

Okay; a equação de Frank Drake pode parecer um tanto extensa (e repleta de variáveis), mas o mais importante é a conclusão que se pode extrair dela. De acordo com os cálculos feitos por Drake, deve existir uma quantidade imensa de civilizações com capacidade de comunicação. E isto apenas em nossa galáxia!

Para alguns, isso tudo pode parecer uma empolgação juvenil; uma espécie de "devaneio científico". Talvez estejam certos, mas não deixa de ser fascinante imaginar a diversidade da vida que pode existir além desse cantinho minúsculo do Universo que é o nosso Sistema Solar.

E a vida inteligente - devemos lembrar - pode se desenvolver de forma totalmente diferente daquilo que, em nosso restrito conhecimento, significam as palavras "vida" e "inteligência".

Precisamos parar para pensar nisso. A vida pode ser “fervilhando” por este universo afora, e talvez não sejamos capazes de enxergá-la.


(*) - Segundo os cientistas Fred C. Adams e Gregory Laughlin (livro "Uma Biografia do Universo: do Big Bang à Desintegração Final"; Jorge Zahar Editor; 2001), uma anã vervelha seria "Outro nome dado às estrelas de massa reduzida, com cerca de 10-40% da massa solar". Afirmam eles que "As anãs vermelhas são as estrelas mais numerosas e de vida mais longa dentre todas as estrelas possíveis" (obra citada, página 253).


domingo, 12 de setembro de 2010

Vamos Aquecer o Sol - José Mauro de Vasconcelos

Li este livro pela primeira vez quando tinha 10 anos. Foi um presente de minha professora da quarta série. Lembro que me emocionei muito com a leitura. Aquele sapo-cururu, o Adão, que acompanhou o personagem até sua maturidade, foi um companheiro muito especial, não apenas para ele, mas para mim também. E o dia em que ele foi embora... bem, basta dizer que esta passagem do livro me rendeu muitas lágrimas.
Reli o livro recentemente e creio que desta vez a emoção foi ainda maior, talvez porque agora compreendo melhor a sensibilidade de José Mauro de Vasconcelos. Que pena os leitores brasileiros - e sobretudo os críticos literários - não darem à obra deste autor o respeito e o destaque que ela merece! Talvez Vasconcelos não tenha sido um exímio escritor (gramaticalmente falando), mas a facilidade com que transmitia seus [muitos] sentimentos, a doçura e o talento natural de contador de histórias são realmente fascinantes.
A edição mais recente (da Melhoramentos) tem uma capa diferente, mas acho que esta que está aí em cima é bem mais legal. Afinal, Zezé sem Adão não faz sentido.
Não vejo um substituto para José Mauro de Vasconcelos na literatura contemporânea. E acho que ele faz muita falta.