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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Mundo de Sofia - O livro e a minissérie

O Mundo de Sofia é, ao mesmo tempo, conhecimento e diversão. Uma aula abrangente de história, especialmente a filosófica. E, sobretudo, um estímulo à imaginação e ao raciocínio.

Li o livro há alguns anos e, dias atrás, encontrei em DVD a minissérie feita pela TV norueguesa. Não a conhecia; acho que nunca foi exibida na TV brasileira. Uma pena, pois a versão para a tela é cativante. Sofia é muitíssimo bem interpretada por uma atriz chamada Silje Storstein. Gostei muito também da música tema da minissérie. Aliás, procurei pela versão integral dessa música nas lojas virtuais, mas infelizmente não encontrei.

Achei genial a ideia desse livro de Jostein Gaarden. Além de ter o lado filosófico do enredo (com passeios temporais em busca de conhecimento), a trama também procura mostrar o lado humano de personagens fictícios. É uma viagem divertida, mas que também te faz refletir. Leitura obrigatória para quem gosta de escrever.

Livro: autor Jostein Gaarder - editora Companhia das Letras;

Minissérie: diretor Erik Gustavson - distribuidora Versátil (DVD duplo);
Foto: a atriz Silje Storstein atualmente (não encontrei o nome do fotógrafo)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Um povo que caminha sozinho

“Ler, segundo Freire, não é caminhar sobre as letras, mas interpretar o mundo e poder lançar sua palavra sobre ele, interferir no mundo pela ação. Ler é tomar consciência. A leitura é antes de tudo uma interpretação do mundo em que se vive. Mas não só ler. É também representá-lo pela linguagem escrita. Falar sobre ele, interpretá-lo, escrevê-lo. Ler e escrever, dentro desta perspectiva, é também libertar-se. Leitura e escrita como prática de liberdade” (ALMEIDA, Fernando José de; Folha Explica Paulo Freire; Editora Publifolha; 1ª edição; 2009; página 26)

Desde criança, noto as pessoas afirmarem que o futuro do Brasil está na educação, que ela é fundamental para que as pessoas adquiram conhecimentos suficientes para fazerem as melhorias necessárias em nosso país. É claro, os governos têm muitas outras coisas com as quais se preocuparem, como condições mínimas de saúde, habitação, higiene, etc. No entanto, parece haver um consenso de que a educação está em primeiro lugar.

Existem muitas críticas ao nosso sistema educacional, dentre elas a questão do analfabetismo, além da discutível qualidade do ensino nos diversos níveis. Se tivéssemos investido mais (e melhor) na educação da população, muitos afirmam que estaríamos hoje num país ainda mais estável e promissor.

Sempre houve um ceticismo com relação à melhoria do sistema educacional no Brasil. O país tem avançado em vários aspectos nos últimos anos, na opinião de alguns graças a políticas fiscais adequadas, mas, creio eu, em grande parte devido aos seus impressionantes recursos naturais e humanos. Sim, humanos: nosso povo é muito batalhador, criativo e persistente. E tem uma característica bem peculiar: uma curiosidade impressionante, que o leva a buscar inteirar-se dos mais variados assuntos, sejam eles científicos, tecnológicos, ou (é preciso admitir) até mesmo banais.

Essa curiosidade parece fazer com que os jovens brasileiros tomem a iniciativa na busca por novos conhecimentos. Eles têm feito isso sobretudo por intermédio da leitura. A população jovem de nosso país tem lido muito. E eles não estão apenas lendo; eles leem e interpretam suas leituras, fazendo resenhas das obras literárias.

Tarefas escolares, talvez você pense. Não, não são tarefas escolares. São leituras realizadas por prazer, por hobby e sobretudo pela alegria de ler, desvendar novos mundos e adquirir conhecimentos.

Se for realizado no site de pesquisa Google um levantamento da quantidade de blogs literários que existem atualmente no Brasil, esse fenômeno ficará comprovado. A cada dia, novos jovens decidem criar seu próprio blog, fazendo parcerias com autores e editoras. Eles ganham alguns livros, adquirem outros, e todos eles são lidos e resenhados com uma voracidade impressionante.

A leitura e a escrita são fundamentais no processo educativo. Isso é fato. E, pelo que observo, no Brasil elas caminham a passos largos, seguros, graças ao gosto de nossos jovens pela cultura. Se o Governo Federal encontrar um meio de diminuir os custos dos livros, e se as demais esferas governamentais investirem mais nas bibliotecas públicas, a expansão dessa forma de conhecimento será ainda mais notável.

Outro fenômeno interessante: muito se fala hoje em dia sobre redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter, mas nem todos sabem que existe no Brasil uma nova rede social, específica para livros e leitores: o Skoob. Atualmente, são quase 300.000 membros cadastrados, número que aumenta a cada dia. A maioria, jovens leitores, distribuídos por todos os cantos do Brasil. No Skoob, os próprios usuários fazem o cadastro dos livros (148.413 no momento em que escrevo esse texto) e os avaliam, conferindo-lhes de uma a cinco estrelas, podendo ainda tecer comentários sobre as obras, participar de grupos e fazer novas amizades. Essa rede social é mais um exemplo de como a leitura é valorizada pelos brasileiros. E ela revela outro fato promissor: a quantidade de novos escritores que tem surgido em nosso país, muitos deles bastante jovens.

Em resumo, mesmo sem grandes incentivos de seus governantes, a educação no Brasil pode melhorar, pois temos um povo curioso e empreendedor, que está sempre ávido por novos conhecimentos. Um povo que caminha sozinho.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Há décadas longe das "paradas de sucesso", Nazareth ainda tem fôlego para voltar

Será que existe alguma pessoa neste mundo que nunca ouviu a música Love Hurts, na interpretação do quarteto escocês Nazareth? Não creio. Acho que se alguém resolvesse lançar um CD com as músicas mais marcantes da história, certamente incluiria esse som.

O problema é que muita gente pensa que Nazareth é apenas Love Hurts. Ledo engano. A banda fez muito sucesso em todo o planeta nos anos 1970 e até meados dos anos 1980. Mas não parou por aí. Passou por muitos períodos difíceis, como o falecimento do baterista Darrel Swett em 30/04/99, mas continua gravando discos e fazendo incansáveis turnês até hoje. Se contarmos o tempo desde que a banda se chamava The Shadettes, o Nazareth completa em 2011 nada menos que 50 anos ininterruptos de carreira!

Mesmo esquecido pela mídia, esses escoceses têm influenciado muitos artistas de sucesso, com Axl Rose. O Guns 'N' Roses, aliás, regravou a música Hair of the Dog. Recentemente, outro clássico do Nazareth (Please Don't Judas Me) ganhou encorpada versão do Metallica.

Outros grandes sucessos do Nazareth foram:

Razamanaz (1973);
Broken Down Angel (1973);
Shot Me Down (1977);
Star (1978);
Moonlight Eyes (1980);
Dream On (1982);
Love Leads To Madness (1982 - essa música esteve na trilha sonora da novela Sol de Verão);
Where Are You Now? (1983);

A partir do próximo mês, o Nazareth pretende voltar às estações de rádio do mundo inteiro com o novo CD "Big Dogz" e o Brasil foi escolhido como o primeiro país da turnê, que começará na segunda quinzena de fevereiro! Os nomes de algumas músicas do novo CD já foram revelados, como "Big Dogz Gonna Howl", "Radio" e "Butterfly", mas ainda falta divulgar outras informações, assim como a arte de capa do novo álbum.

Fica a expectativa de que o veterano vocalista Dan McCafferty ainda seja capaz de emocionar o mundo inteiro com suas interpretações marcantes.
É esperar para conferir!

Formação atual da banda:
Pete Agnew (baixista fundador - desde 1961);
Dan McCafferty (vocalista - desde 1965);
Jimmy Murrison (guitarrista e co-produtor no novo álbum - desde 1995);
Lee Agnew (baixista, filho de Pete - desde 1999)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dom Casmurro e os Discos Voadores


Estava tão curioso para ler esse livro, que acabei fazendo com que ele "furasse a fila" de minhas leituras (ô coisa feia!). Por outro lado, tinha lá minhas dúvidas se a obra realmente me conquistaria, pois me preocupava bastante a questão da originalidade: eu achava que o livro poderia me soar pouco criativo, por ter se baseado em outra obra (aliás, considerada por muitos o maior clássico da literatura nacional).

Felizmente, eu estava enganado. Dom Casmurro e os Discos Voadores é um livro escrito com a sagacidade de Capitu. Tem um ritmo célere, ágil, que cativa e quase não permite uma mera interrupção da leitura. O romance original ganhou elementos totalmente novos; a narrativa, menos densa que no clássico machadiano, consegue ser leve sem sucumbir à superficialidade.

A obra foi catalogada como ficção juvenil, mas me parece que pode ser vista, lato sensu, como ficção científica. De qualquer maneira, é diversão garantida não apenas para os mais jovens, mas também para o leitor adulto.

Tomando por empréstimo os superlativos do agregado José Dias, digo que Dom Casmurro e os Discos Voadores é “recomendadíssimo”. Machado (que talvez não fosse humano!) certamente aprovaria.
Clique na descrição da obra (acima) para vê-la na Livraria Cultura.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Espaço Inexplorado - Resenha no blog Viaje na Leitura

O Espaço Inexplorado - Resenha no blog Viaje na Leitura: http://www.viajenaleitura.com.br/2011/01/o-espaco-inexplorado-ricardo-guilherme.html

Quem Somos Nós?


A trilogia "O Espaço Inexplorado" é dedicada ao poema "O Homem; As Viagens", de Drummond, mas outras obras influenciaram-me no curso deste romance.

Talvez seja uma mistura muito estranha, mas "O Espaço Inexplorado", ao mesmo tempo em que teve como inspirações os romances que li de Júlio Verne (dentre eles, o esquecido "O Raio Verde"), me parece ter ficado também marcado por um estilo de contador de histórias, próprio de José Mauro de Vasconcelos. Ficção científica mesclada com um jeito emotivo de escrever pode parecer algo heterogêneo demais, mas acho que isso tornou a obra bem peculiar.

Outra grande influência que tive ao escrever "O Espaço Inexplorado" foi o livro "Quem Somos Nós", escrito por William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente, e publicado pela Prestígio Editorial. "Quem Somos Nós" pode ser visto, a meu ver, como uma obra científica que procura condensar uma série de teorias inovadoras, voltadas, em suma, a provar aos seres humanos que os pensamentos criam a realidade, que todos estão extremamente conectados e que ciência e religião podem caminhar juntas, complementando-se em sua busca por respostas.

Eu fiquei verdadeiramente fascinado com a obra "Quem Somos Nós" e procurei transportar para um ambiente ficcional, em parte, a aplicação daquilo que (penso eu) os autores procuraram demonstrar.

Acredito que o que Drummond procurou transmitir em "O Homem; As Viagens" e aquilo que Arntz, Chasse e Vicente nos mostram em "Quem Somós Nós", em essência, é a mesma coisa. Assim, os personagens de "O Espaço Inexplorado", durante o livro 3 da trilogia, estarão num ambiente onde precisarão travar árduas batalhas internas. E isto ocorrerá num planeta muito peculiar, que maximiza as emoções de seus habitantes e é extremamente sensível a elas. Essa foi a forma que encontrei para fazer com que meus personagens descobrissem a alegria de "com-viver" e pudessem ao menos ter um vislumbre de compreensão sobre "Quem Somos Nós". Espero ter conseguido! ;)

Para conhecer a obra "Quem Somos Nós" no Google Livros, clique na imagem acima.

O Homem; As Viagens


O Espaço Inexplorado é dedicado ao poema "O Homem; as Viagens", de Carlos Drummond de Andrade.

Eu vejo esse poema como uma profecia. Ele fala de incansáveis viagens do homem, no futuro, numa espécie de buscar pelo bem-estar, pela plenitude, por um sentido para a vida; por algo, enfim, que lhe acalme o espírito e lhe traga paz interior. Assim, o ser humano viaja para outros planetas, coloniza-os e, um a um, os abandona, porque se cansa deles, porque não encontrou neles o que estava procurando (talvez até porque não soubesse, exatamente, o que estava procurando).

Depois de muitas viagens e desilusões, o homem finalmente encontra o que procurava, ao fazer sua mais perigosa viagem (ao interior de si mesmo!). Descobre, desse modo, que aquilo que procurava (e tanto precisava encontrar) não estava a anos-luz de distância, mas sim no seu próprio íntimo. É aí que o ser humano finalmente entende a importância de compartilhar suas experiências e emoções com seus companheiros de jornada na Terra,

"[...] descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de com-viver."

O Homem; as Viagens" me parece ter sido escrito logo após a primeira viagem do homem à Lua e foi publicado originalmente na obra "As Impurezas do Branco", lançada pela José Olympio Editora no ano de 1973.

Para ver "As Impurezas do Branco" na Livraria Cultura, clique na imagem no início deste post.